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Monday, May 28, 2007

Flores para mim!

As minhas flores das sextas-feiras!



 
Posted by Picasa

Monday, May 14, 2007

Interrompendo as buscas



Crônica de Martha Medeiros
Publicada no Jornal O Globo em 20/02/2005

ASSISTINDO AO ÓTIMO "CLOSER - Perto demais", me veio à lembrança um poema chamado "Salvação", de Nei Duclós, que tem um verso bonito que diz: "Nenhuma pessoa é lugar de repouso". Volta e meia este verso me persegue, e ele caiu como uma luva para a história que eu acompanhava dentro do cinema, em que quatro pessoas relacionam-se entre si e nunca se dão por satisfeitas, seguindo sempre em busca de algo que não sabem exatamente o que é. Não há interação com outros personagens ou com as questões banais da vida. É uma egotrip que não permite avanço, que não encontra uma saída - o que é irônico, pois o maior medo dos quatro é justamente a paralisia, precisam estar sempre em movimento. Eles certamente assinariam embaixo: nenhuma pessoa é lugar de repouso.

Apesar dos diálogos divertidos, é um filme triste. Seco. Uma mirada microscópica sobre o que o terceiro milênio tem a nos oferecer: um amplo leque de opções sexuais e descompromisso total com a eternidade - nada foi feito pra durar. Quem não estiver feliz, é só fazer a mala e bater a porta. Relações mais honestas, mais práticas e mais excitantes. Deveria parecer o paraíso, mas o fato é que saímos do cinema com um gosto amargo na boca.

Com o tempo, nos tornamos pessoas maduras, aprendemos a lidar com as nossas perdas e já não temos tantas ilusões. Sabemos que não iremos encontrar uma pessoa que, sozinha, conseguirá corresponder 100% a todas as nossas expectativas sexuais, afetivas e intelectuais. Os que não se conformam com isso adotam o rodízio e aproveitam a vida. Que bom, que maravilha, então deveriam sofrer menos, não? O problema é que ninguém é tão maduro a ponto de abrir mão do que lhe restou de inocência. Ainda dói trocar o romantismo pelo ceticismo, ainda guardamos resquícios dos contos de fada. Mesmo a vida lá fora flertando descaradamente conosco, nos seduzindo com propostas tipo "leve dois, pague um", também nos parece tentadora a idéia de contrariar o verso de Duclós e encontrar alguém que acalme nossa histeria e nos faça interromper as buscas.

Não há nada de errado em curtir a mansidão de um relacionamento que já não é apaixonante, mas que oferece em troca a benção da intimidade e do silêncio compartilhado, sem ninguém mais precisar se preocupar em mentir ou dizer a verdade. Quando se está há muitos anos com a mesma pessoa, há grande chance de ela conhecer bem você, já não é preciso ficar explicando a todo instante suas contradições, seus motivos, seus desejos. Economiza-se muito em palavras, os gestos falam por si. Quer coisa melhor do que poder ficar quieto ao lado de alguém, sem que nenhum dos dois se atrapalhe com isso?

Longas relações conseguem atravessar a fronteira do estranhamento, um vira pátria do outro. Amizade com sexo também é um jeito legítimo de se relacionar, mesmo não sendo bem encarado pelos caçadores de emoções. Não é pela ansiedade que se mede a grandeza de um sentimento. Sentar, ambos, de frente pra lua, havendo lua, ou de frente pra chuva, havendo chuva, e juntos fazerem um brinde com as taças, contenham elas vinho ou café, a isso chama-se trégua. Uma relação calma entre duas pessoas que, sem se preocuparem em ser modernos ou eternos, fizeram um do outro seu lugar de repouso. Preguiça de voltar à ativa? Muitas vezes, é. Mas também, vá saber, pode ser amor.

Monday, May 07, 2007

Poema à Mãe...






...a artista do amor!


Mãe! Eu volto a te ver na antiga sala,
Onde uma noite te deixei sem fala,
Dizendo, adeus como quem vai morrer!
E me viste sumir pela neblina,

Por que a sina das mães é esta sina:
Amar, Cuidar, Criar, depois perder!

Perder o filho é como achar a morte!
Perder o filho, quando grande e forte,
Já podia ampará-lo e compensá-lo.
Mas neste instante, uma mulher bonita,
Sorrindo o rouba...
E a velha mãe aflita.
Ainda se volta para abençoá-la.

Assim parti e me abençoas-te.
Fui esquecer o bem que me ensinaste.
Fui para o mundo me deseducar...
E tu ficas-te, num silêncio frio,
Olhando o leito que eu deixei vazio,
Cantando uma cantiga de ninar!

Hoje eu volto coberto de poeira.
E te encontro quietinha na cadeira.
A cabeça pendida sobre o peito.
Quero beijar-te a fronte e não me atrevo!
Quero acordar-te, mas não sei se devo!
Não sinto que me cabe este direito!

Eu te esqueci, as mães são esquecidas!
Vivi a vida, vivi muitas vidas.
E só agora, quando chego ao fim,
Traído pela última esperança;
E só agora quando a dor me enlaça,
Lembro que nunca te esqueceu de mim!

Não! Eu devo voltar, ser esquecido, mas...
Que foi!
De repente ouço um ruído, a cadeira rangeu!
É tarde agora!...
Minha mãe se levanta, abrindo os braços!
E me envolto num milhão de abraços,
Rendendo graças, diz: Meu filho. E chora...
E chora e treme, como a fala e ri!

E parece que Deus entrou aqui,
Em vez dos últimos condenados!
E seu pranto rolando em minha face.
Quase é como se o céu me perdoasse,
E me limpasse de todo o pecado!

Mãe! Nos teus braços eu me transfiguro!
Lembro que fui criança, que fui puro!
Sim tenho mãe e esta ventura é tanta.
Que eu compreendo o que significa:
O filho é pobre, mas a mãe é rica!
O filho é homem, mas a mãe é santa!

Santa que eu fiz envelhecer sofrendo.
Mas que beijas como agradecendo toda
Dor que por mim te foi causada!
Dos mundos onde andei nada te trouxe!
Mas tu me olhas num olhar tão doce.
Que nada tendo não te faltas nada!...

O dia da mãe é o dia da bondade.
Maior que todo o mal da humanidade,
Purificada num amor profundo!
Por mais que o homem seja um ser mesquinho,
Enquanto a mãe cantar junto a um bercinho,
Cantará a esperança para o mundo!

by Guiarone

Tuesday, May 01, 2007

Texto extraído do Talmud




Cuida-te quando fazes chorar uma mulher,
pois Deus conta suas lágrimas.

A mulher foi feita da costela do homem,
não dos pés para ser pisada,
nem da cabeça para ser superior,
mas sim do lado para ser igual,
debaixo do braço para ser protegida,
e ao lado do coração para ser amada.

(Talmud: um dos Livros Sagrados dos Judeus)